Governança corporativa: entenda mais sobre esse conceito!
Em voga no mundo dos negócios, a governança corporativa tem deixado de ser exclusivamente dos grandes grupos. Ela vem ganhando espaço em instituições de todo porte, mas você sabe qual é o seu significado?
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, trata-se de um sistema que facilita a direção, monitoração e incentivo das empresas. O que envolve sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e demais partes interessadas.
Trata-se de um conjunto de regras, calcado em princípios de fairplay, que direciona as escolhas de gestão. Mas qual é seu objetivo? Apoiar todas as etapas do gerenciamento. Ficou interessado? Então leia mais nesse post sobre as vantagens de um gerenciamento ético e equilibrado. Acompanhe!
Seja transparente com a governança corporativa
Instituições que adotam a governança corporativa conseguem ser mais transparentes, porque lisura e honestidade são fortes pilares do organograma. É bem diferente de apenas cumprir as leis e regulamentos. É mais sobre estar aberto ao diálogo, para compreender e tentar atender cada um dos stakeholders.
Assim, a organização procura saber o que pensam todos seus parceiros estratégicos, além de descobrir do que eles precisam. É feita uma investigação significativa de como se pode ajudar a saciar essas necessidades. Seja qual for a resposta, as boas práticas determinam feedbacks claros e objetivos, mesmo que esse retorno seja eventualmente negativo.
Os benefícios para companhias que apostam em posturas transparentes são bem variados. Eles vão desde a valorização da marca a longo prazo até ao aumento do faturamento. É consenso: firmas com boa reputação atraem mais capitais e investidores.
Exerça a prestação de contas de maneira eficiente
O IBGC aponta, também, diretrizes para as prestações de contas (accountability). Elas devem ser feitas de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo. Deve-se assumir integralmente as consequências de quaisquer atos e omissões, sempre atuando-se com diligência, no âmbito de suas incumbências.
Ser transparente tem mais a ver com a pró-atividade de seu negócio ao informar os stakeholders, como vimos antes. A prestação de contas já abrange responsabilidades de maior latência. É um pilar que visa à redução das desconfianças. Assim como de qualquer eventual abuso de autoridade vinda de dirigentes, gestores ou de algum sócio.
Trate qualquer profissional de maneira igualitária
Outro alicerce da gerência ética é a equidade, ou seja, o tratamento isonômico de todas as partes envolvidas. Desde o faxineiro, o porteiro e a comunidade vizinha, chegando-se até clientes, fornecedores, diretoria e acionistas. Seguindo essas práticas consideramos direitos, deveres, motivações e expectativas de todos afetados pelo processo.
Uma das formas de garantir essa equivalência entre os participantes da rotina organizacional é conhecê-los a fundo. Mais do que implementar as regras de cima para baixo, a firma precisa criar uma cultura de governança corporativa.
Esse aprofundamento sobre quem são os partners e o que esperam dos empregadores pode ser levantado pela análise SWOT. Também contribui para a manutenção da equidade o estabelecimento de uma hierarquia nítida. Todos devem saber a quem perguntar e a quem responder.
A criação de conselhos consultivos é outra sugestão indicada pelo guia de condutas. Isso porque esses agrupamentos dão voz a profissionais diferentes e abrem portas para proposições e críticas.
Gere aumentos na responsabilidade corporativa
O código de bom comportamento orienta ainda sobre a prática da responsabilidade empresarial. Ela consiste em um dos preceitos básicos das instruções para procedimentos éticos.
Quem ocupa postos de comando deve cuidar para que a situação econômico-financeira esteja sempre saudável e produtiva. Denominados “agentes de governança”, eles têm de reduzir repercussões negativas e ampliar as positivas. Seu papel é impedir prejuízos e diminuir riscos do mercado, avaliando sazonalidades e outras peculiaridades do segmento.
Faz parte da governança corporativa, portanto, toda a superintendência institucional. Isso engloba orçamentos, pagamentos, estudos para a expansão, a busca de gargalos para produção, entre muitos outros itens.
Assim, os administradores mensuram os perigos de uma eventual transação comercial e seus potenciais retornos. No entanto, nem tudo são flores, não é mesmo? O que fazer, por exemplo, quando gestores ou acionistas não chegam a um denominador comum?
O guia da boa administração mais uma vez vem suprir essas lacunas. Ele ajuda o empresário a conciliar interesses diversos, por meio de métodos internos de resolução de disputas e diferenças.
São muitas as perdas envolvidas em iniciativas cujos administradores não se entendem. Até mesmo excelentes oportunidades de novos investimentos podem escoar pelo ralo, por causa de pequenos ou grandes desentendimentos.
Confira as principais ferramentas e como aplicar
Afinal, com que meios será possível aplicar a governança corporativa em sua empresa? Confira algumas de suas principais ferramentas e como utilizá-las.
1. Garanta uma ótima comunicação entre os sócios
Tópicos relativos aos sócios da empresa devem estar muito bem alinhados, com a governança corporativa. Não deve haver jamais qualquer desequilíbrio quanto aos propósitos do negócio, como ocorre com as “empresas de fachada”. Isso se aplica a questões patrimoniais, relativas aos bens da empresa e aos seus usos.
De tempos em tempos, deve-se agendar uma reunião societária, a fim de que todos interem-se sobre qualquer assunto profissional. O ideal é que os assuntos desses encontros sejam devidamente documentados, registrados e organizados.
2. Crie um conselho administrativo e consultivo
Outro ponto essencial da governança é a elaboração de conselhos consultivos e administrativos. Eles não podem representar empecilhos para os dirigentes, mas sim um time de mediadores-mentores na empresa. Esta equipe ajudará a manter sempre em mente e em dia os planos de estratégia do negócio.
Esse tipo de conselho monitoriza as relações da empresa perante outros stakeholders. Eles são mais ou menos como uma “ponte” unindo sócios ao restante do negócio. O modo como será composto esse conselho varia de acordo com as particularidades de cada empresa. Porém, normalmente reúnem-se cinco indivíduos para compor com equilíbrio essa equipe.
3. Invista em melhores ferramentas de controle
Aliado à criação do conselho administrativo, a governança corporativa tem de dispor de ferramentas de controle adequadas. Por exemplo: qualquer empresa precisa monitorar e acompanhar suas operações internas. Isso favorece uma produção de qualidade e prevê riscos. O setor contábil também tem que apresentar dados precisos e claros à empresa.
Deve haver ainda auditorias constantes, interna e externamente. O propósito disso é que se averigue se as atitudes corretas vêm sendo postas em prática.
4. Defina e estabeleça um bom código de conduta
Também é imprescindível que o empreendimento tenha códigos de conduta, ou melhor, normas de uso interno. Afinal, não só de regulamentos e leis externos vive uma corporação e seus colaboradores. Esses códigos complementam as leis, determinam valores, paradigmas para os comportamentos e a ética seguidos por todos ali.
Tudo isso se relaciona de forma bem profunda e íntima aos valores e culturas das empresas. Precisa ficar claro, também, que meios e canais serão utilizados quando forem necessárias as eventuais denúncias de caráter ético.
Confira o impacto ideal da governança corporativa
Podemos imaginar o que ocorre nos casos em que os gestores ou diretores das empresas aplicam demasiadas regras. Por outro lado, se não há quase restrição ou regra, o resultado também é desastroso.
Quando a governança corporativa é muito extrema, os chefes ficam inaptos a exercerem suas funções, desprovidos de autonomia. Eles permanecem “acorrentados” ao arbítrio de outros profissionais. É comum notarmos esse tipo de falha em grandes corporações ou no setor público.
Ao mesmo tempo, a governança sem força suficiente aumenta os riscos de os dirigentes agirem de maneira abusiva. Como quando atuam prioritariamente em seu próprio benefício ou de modo incompetente. É um modelo de governança frequentemente visto em empresas menores, como as startups.
A grande e desafiadora solução é achar um meio de se equilibrar a governança da melhor forma possível. É necessária muita atenção: as ferramentas de controle não podem gerar mais prejuízo do que os possíveis problemas do dia a dia corporativo. Pode-se adaptar a governança corporativa a outros aspectos administrativos, além dos organizacionais.
Todo indivíduo em uma organização precisa ter bem claro a que pessoas ele deve se reportar. Colaboradores que atuam em demasiadas áreas, de diferentes equipes, estão sujeitos a acúmulos de exigências. Isso compromete fortemente sua aptidão para entregar bons resultados.
Assim, tem de ser evidente quem é que exerce liderança diretamente sobre cada colaborador. Só assim eles poderão organizar suas tarefas e enxergar o que deve ser priorizado. Sem contar que, em casos de grandes impasses, precisa ficar claro quem é que tomará uma decisão definitiva. Pode ser um diretor, sócio, CEO, entre outros exemplos.
Valorize ainda mais a imagem dos seus negócios
Se bem realizados, os processos que explicamos exercerão forte influência positiva sobre a imagem vinculada ao seu negócio. É sem dúvida uma das formas mais eficazes de gerar maior engajamento do público com a sua marca. Com transparência e honestidade, a imagem interna e externa da empresa é elevada de maneira justa e efetiva.
Aproveite para chamar a atenção de investidores
Empreendimentos que são lembrados devido às suas boas práticas administrativas e honestidade têm mais chances de negociar com sucesso. Todos os clientes, parceiros ou mesmo os bancos enxergarão os resultados da boa governança corporativa. Mais e mais pessoas investirão em seu negócio, já que ele transmite confiança, segurança e organização.
Saiba como atrair, conquistar e reter os talentos
Considerando que se devem priorizar sempre as demandas dos stakeholders, você percebe que os colaboradores têm de ser igualmente satisfeitos? Porque, inclusive, trata-se de pessoas fundamentais a qualquer processo da empresa.
Em um sistema aplicado adequadamente, cada colaborador é devidamente valorizado. Dessa forma, você diminuirá rotatividade em sua empresa e obterá sucesso na retenção de talentos! A maneira positiva com que seu empreendimento é visto auxilia na atração dos grandes talentos. O nível de qualificação interno só tende a subir, em consequência.
Pense no sucesso de seu negócio décadas à frente
Fazer planos a respeito do futuro do empreendimento também integra as práticas da boa governança corporativa. Refletir sobre a empresa a curto prazo é ótimo. Mas planejar-se a médio e a longo prazo é igualmente importante.
Esses sistemas que abordamos ao longo do texto, se bem aplicados, tornam sua empresa mais longeva e sustentável. Afinal, enxergar possibilidades e prever eventuais quadros arriscados ficará bem mais fácil.
Conheça a verdadeira origem da nova expressão
Ainda de acordo com o IBGC, o vocábulo nasceu da própria evolução da globalização nos últimos anos do século 20. O comércio internacional se expandiu, ultrapassou fronteiras físicas e aproximou a relação comercial entre continentes. Como resultado, houve uma ruptura entre os conceitos de propriedade de uma indústria e a sua gestão.
O Instituto explica que a gênese da governança corporativa está ligada ao “conflito de agência clássico”. Nesse cenário, os dirigentes designam a outros profissionais a função de gerir seus empreendimentos. Conforme surgem vários novos proprietários, principalmente naqueles de empresas de capital aberto, aparecem choques de interesse.
A fim de superar essas divergências, foi preciso estabelecer um conjunto de regras para nortear as administrações. Dessa forma, nasce o conceito de normas adequadas de gestão.
A expressão começou a ser usada em países como Estados Unidos e Inglaterra, onde propriedades costumam ser mais diluídas. Aqui, embora haja bastante concentração de propriedade empresarial, os sócios das companhias vêm aumentando seu número.
Isso tem ocorrido nas empresas brasileiras por meio de novos acionistas e da multiplicação dos herdeiros. Desse modo, as boas práticas necessárias à coordenação forte e vigorosa estão conquistando cada vez mais espaço em território nacional.
As especificações são mais frequentemente seguidas pelas grandes indústrias. No entanto, elas podem ser aproveitadas por entidades de qualquer porte e pertencentes a todo tipo de segmento.
A competitividade fica mais refinada, assim como a capacidade de reação em situações de crise, que é aperfeiçoada. Além disso, nesse sistema todos os mecanismos acompanham duas linhas principais: a fiscalização e a motivação dos envolvidos.
A governança corporativa, portanto, é capaz de aprimorar a imagem institucional, reduzir as discórdias, apontar chances de crescimento e unir os colaboradores. Além de detectar ameaças e auxiliar no melhor aproveitamento do tempo ao se planejar, produzir e distribuir. É um aglomerado de táticas que garante que as atitudes dos dirigentes sejam compatíveis ao que é adequado à companhia.
Esperamos ter tirado todas as suas dúvidas a respeito do tema. Mas não pare por aí! Entenda agora, também, do que se trata a liderança positiva.