
Como fazer um plano de ação e qual a sua importância para uma empresa?
Quem age dentro da zona de conforto produz resultados, no máximo, comuns. Já quem implementa ações diferenciadas como consequência de um planejamento bem-feito, alcança resultados extraordinários. Walt Disney já sabia disso há tempos, dizendo que gostava do impossível “porque lá a concorrência é menor”. Mas para ultrapassar a linha do trivial é preciso ter um plano de ação. Você por acaso sabe como fazer um plano de ação?
Segundo o pesquisador Josué Campanhã, mais de 50% dos planos morrem exatamente porque seus gestores não sabem exercer a função de controle, tampouco o que fazer quando as coisas começam a dar errado. Logo, é importante buscar boas ferramentas de trabalho e ficar atento às principais tendências.
Foi pensando nesses desafios que preparamos este post, trazendo algumas recomendações fundamentais para quem deseja entender como fazer um plano de ação efetivo, que impacte o desempenho e a produtividade da equipe, especialmente no desenvolvimento de projetos. Vamos lá?
O que é um plano de ação e para que ele serve?
Como seu próprio nome explica, um plano de ação é um projeto que serve para consolidar informações acerca de um determinado objetivo, pautado em necessidades urgentes em um cenário atual. Nele, são especificadas todas as atividades para concretizá-lo, o que inclui também recursos físicos, financeiros e humanos necessários.
Essa é uma ferramenta importante para a tomada de decisões de uma empresa ou até mesmo de um indivíduo em relação a sua função no trabalho. Isso porque ela garante mais precisão e ajustes rápidos, caso algum problema aconteça. Quando o plano de ação é bem desenvolvido, ele pode até mesmo servir como base para um planejamento estratégico.
O plano de ação pode ser executado tanto por profissionais que desejam atingir alguma meta em sua carreira ou para empresas que precisam colocar em prática soluções complexas. Ele ainda é recomendado para alcançar essas soluções a curto prazo, o que não impede de ser usado em situações com prazo mais folgados.
Por fim, ele possibilita que os executores sigam uma sequência de tarefas claras e lógicas. Desse modo, é possível concretizar objetivos de maneira mais rápida e prática, e com mais chances de sucesso imediato.
O principal desafio de fazer um plano de ação está em conquistar os envolvidos e mantê-los entusiasmados para que contribuam para o sucesso da operação. Que, por sua vez, pode ter diferentes níveis de complexidade e urgência, que devem ser atendidos conforme planejamentos, cronogramas e demais exigências que sua execução determina.
Por que fazer um plano de ação?
Kotler dizia que “os objetivos são a expressão do caminho que a organização pretende seguir e a estratégia é o projeto final para se chegar lá. A estratégia, portanto, é o plano de batalha”. A verdade é que, sem um plano de batalha, é simplesmente impossível vencer uma guerra.
No universo corporativo, com diversos estreantes no mercado diariamente, altos custos de produção e formação de um novo perfil de consumidor — que é cada vez mais exigente, menos fiel a marcas e com maior conhecimento de suas possibilidades de compra — não ter uma bússola para alcançar a visão da empresa significa assinar sua certidão de óbito.
Sem informações realmente confiáveis e possibilidades de execução, qualquer atividade de planejamento se transforma em mero exercício de futurologia. É justamente por isso que as empresas vencedoras seguem com rigor os seus planos de ação: uma listagem detalhada de todos os atos necessários para se atingir determinado objetivo.
A importância da estratégia está ligada às características dos empreendimentos de hoje. Com o crescimento natural do negócio, da quantidade de colaboradores envolvida em cada iniciativa, bem como da complexidade das funções, passa a ser imprescindível gerenciar adequadamente um plano de ação.
Ora, o inevitável processo de delegação, sem um roteiro a ser transmitido à equipe, deixa a empresa à mercê de iniciativas individuais. Elas, por sua vez, podem se afastar de padrões, preceitos, estratégias e metodologias valorizados pela organização. Resumindo: uma equipe sem um plano de ação nada mais é que um aglomerado de marinheiros sem bússola ou mapa de navegação, inevitavelmente se conduzindo ao naufrágio ou à deriva.
O que esse plano deve conter?
O processo de operacionalização dos objetivos deve mostrar com o máximo de clareza:
Objetivo final a ser alcançado
O primeiro item do plano de ação a ser considerado é o objetivo final a ser alcançado. Procure deixar esse conceito muito bem detalhado, com motivos pelos quais ele foi escolhido, previsão de conclusão e o que ele terá a acrescentar naquele momento.
Assim, na hora de apresentar o plano para a equipe, será possível ter uma visão completa sobre o que deve ser feito. Isso ajuda na motivação, no engajamento, e fornece material para que as ações sejam desenvolvidas de forma consistente e precisa.
Passos a serem trilhados, em sequência, para alcançar esse objetivo
Em seguida, é importante listar em sequência quais passos devem ser trilhados rumo ao objetivo. Mais uma vez, as atividades devem estar registradas de maneira clara, como um guia, não apenas para que cada um saiba o que fazer, mas para que não haja dificuldades desnecessárias nesse trajeto.
Aqui, é possível incluir fontes, dados, parceiros e qualquer outro recurso que possa ajudar na conclusão das tarefas. Assim, ficará mais simples encontrar alternativas variadas para uma execução satisfatória, sem desperdício de tempo.
Lógica na realização dessas atividades
Algumas etapas do plano de ação podem ser mais difíceis de colocar em prática do que outras. Diante disso, é preciso estabelecer uma relação lógica entre elas para que tudo dê certo. Um bom exemplo disso é quebrar tarefas maiores em processos menores, para facilitar a execução e o gerenciamento.
Isso faz com que a equipe consiga se organizar melhor e não se sinta intimidada pelo desafio. Também é importante colocar ordem na execução para que a tarefa não se perca em meio a suas fases e seja realizada do jeito correto, sem falhas ou esquecimentos.
Prazos de início e fim de cada atividade
Diante disso, é também de suma importância colocar prazos de início e fim para as tarefas e seus pormenores. Essa questão não deve ser encarada como uma maneira de colocar pressão nos colaboradores responsáveis. Pelo contrário, é apenas algo que possibilita um monitoramento mais acertado.
Impasses e problemas acontecem e é normal quando algum atraso ocorre. No entanto, quando se tem os prazos bem estabelecidos, fica mais fácil contorná-los, ganhar mais tempo quando outro processo é executado mais rápido e assim por diante.
Responsável pela execução de cada etapa
Outro ponto indispensável no plano de ação é delegar um responsável para cada etapa. Se necessário, esse responsável pode ter outros colaboradores que auxiliem na tarefa, de modo a atuar como um líder. No entanto, isso também deve ficar devidamente detalhado na documentação, para que as tarefas não se percam em meio a quantidade de pessoas envolvidas.
A partir disso, o gestor consegue saber qual etapa está em andamento e pode pedir feedback para o colaborador certo a respeito. Além de ser um ótimo meio de acompanhar a produtividade da equipe e facilitar a visualização dos projetos de modo geral, o que permite até mesmo a execução de mais de um plano de ação ao mesmo tempo, a depender das circunstâncias.
Recursos envolvidos na materialização de cada tarefa
Agora, é hora de desenvolver recursos que podem ajudar a materializar a tarefa. Como, por exemplo, itens de ação, cronogramas e qualquer outro tipo de representação visual do plano. Também é o momento de separar recursos financeiros e encaminhá-los para uso, e separar os recursos físicos necessários.
Tudo isso ajuda a priorizar processos e trazer mais qualidade para o que está sendo executado. Além de servir como uma determinação acerca do que se tem disponível para utilizar. Assim, em caso de necessidade, é mais fácil fazer novas solicitações ou trabalhar para angariar mais recursos.
Metas intermediárias a serem atingidas ao final de cada atividade
Os objetivos finais são importantes, mas é preciso determinar também metas intermediárias assim que cada atividade terminar. Estabeleça metas alcançáveis e mensuráveis, para possibilitar bons resultados e fazer com que a equipe não perca o fôlego pelo caminho.
É interessante compartilhar essas metas e seus resultados com a equipe, para que ela entenda também em que ponto está o plano de ação naquele momento. Descobrir, enfim, ao que deve dar mais atenção para que o objetivo final seja finalmente atingido.
Indicadores que serão usados como base no processo de avaliação de resultados, retroação e correção dos rumos da empresa
Por último, mas não menos importante, lembre-se de pautar seu plano de ação em indicadores. Eles devem ser divididos, durante o processo de avaliação de resultados, em pontos de evolução, retroação e correção dos rumos da empresa, para que você perceba quais foram seus efeitos no cenário atual.
Eles devem ser acompanhados e monitorados com frequência. É bom registrar um histórico completo por etapas e tarefas até chegar ao objetivo final. Dessa forma, ficará mais fácil entender o que é preciso mudar, melhorar ou manter em próximos planos, ainda que as situações de aplicação sejam diferentes.
Por isso mesmo, é importante elaborar um checklist com esses itens para avaliar se as ferramentas utilizadas foram efetivas em auxiliar na criação de um bom plano. A seguir, veremos uma série de práticas que permitem dar conta desses critérios e reduzem a lacuna entre o planejamento estratégico ideal e o realizado na sua empresa.
Quais são os erros mais comuns?
Ao pensar em como fazer um plano de ação, é preciso tomar bastante cuidado para não incorrer em alguns equívocos muito comuns, cometidos até mesmo por gerentes de projeto experientes. Entre outras palavras, as atividades abaixo são figurinhas carimbadas na lista de tropeços mais cometidos:
- concentrar muitas atividades em um curto espaço de tempo, sobrecarregando a equipe;
- superestimar os recursos disponíveis;
- ignorar passos importantes para o alcance dos objetivos finais;
- misturar a sequência de etapas;
- não detalhar suficientemente as atividades.
Então, melhor já ir pensando nas respectivas providências para não entrar para a estatística de insucesso, certo?
Como fazer um plano de ação?
Um plano de ação normalmente é realizado com a aplicação da técnica 5W2H, que consiste, em linhas gerais, na realização de um checklist de determinadas atividades, por meio das seguintes palavras-chave:
- What: o que será feito (etapas);
- Why: por que será feito (justificativa);
- Where: onde será feito (local);
- When: quando será feito (tempo);
- Who: por quem será feito (responsabilidade);
- How: como será feito (método);
- How much: quanto custará fazer (custo).
A partir daí, é possível seguir os seguintes passos para elaborar um plano de ação:
- definir onde se quer chegar (objetivo);
- compreender e saber transmitir aos colaboradores por que esse objetivo deve ser alcançado;
- materializar os caminhos para atingir os objetivos por meio de metas que devem ser definidas em conjunto com a equipe (administração por objetivos);
- elaborar uma lista de ações para cada meta, o que pode ser feito com técnicas de compartilhamento de ideias, como o brainstorming;
- preparar um cronograma com prazos bem delimitados para a conclusão de cada etapa por cada membro da equipe;
- atribuir as responsabilidades, delegando tarefas (quem será responsável por fazer cada atividade e a quem se reportará?);
- alocar recursos, delineando detalhadamente o total e quanto há de verbas para a consecução de cada atividade (lembre-se de que escopo, prazo e recursos são fundamentais para o sucesso de qualquer projeto);
- identificar possíveis problemas, fazendo um diagnóstico completo de tudo o que pode dar errado ao longo do processo (pode ser conseguido, por exemplo, com a matriz SWOT);
- desenvolver estratégias para acompanhar a evolução, monitorando o progresso permanentemente;
- implementar efetivamente o plano.
Como fazer um plano de ação com a PDCA?
Como os cenários vêm mudando de forma cada vez mais rápida, a gestão precisa lidar com as dificuldades e com a possibilidade de o plano perder validade com o passar do tempo. Isto é, se gradativamente a realidade para a qual a estratégia foi pensada muda, aos poucos, o plano de ação perde sua fatualidade e torna-se inadequado para orientar os colaboradores.
Para lidar com esse desafio, os processos de retroalimentação e ajuste são fundamentais. É preciso atuar com rotinas para perceber o que acontece no momento e, com o aprendizado, melhorar a estratégia continuamente, a fim de manter a eficácia no longo prazo.
Nesse modelo de trabalho, o circuito PDCA se mostra uma ferramenta indispensável porque estabelece um conjunto simples de etapas para nutrir a tomada de decisão com feedback. A partir de então, os responsáveis podem realizar adaptações periódicas, sempre com o diagnóstico mais recente da situação, além de padronizar acertos e corrigir erros.
A aplicação consiste em dividir as atividades em quatro etapas. Veja abaixo.
Planejar (to plan)
Analisar cenários e estabelecer objetivos, metas, estratégias, ações, indicadores etc.
Execução (to do)
Colocar o plano em funcionamento, cumprindo as diretrizes propostas.
Checagem (to check)
Acompanhar e controlar a execução, cobrando o cumprimento dos padrões e levantando dados sobre o desempenho do plano de ação.
Ajustar (to adjust)
Adaptar o plano para corrigir erros e padronizar acertos, bem como para lidar com mudanças de cenário.
A ideia é que as quatro etapas sejam repetidas diversas vezes até que o objetivo esteja concluído. A cada ciclo, o plano é melhorado com feedbacks importantes para manter sua validade diante das circunstâncias e torná-lo mais efetivo.
Quais são as melhores práticas para fazer um plano de ação?
Ao lado das ferramentas, existem uma série de ações simples que podem contribuir com os planos da sua empresa. O objetivo deste tópico é apresentar 6 dicas nesse sentido. Confira!
Elabore um plano de ação do princípio
Estabeleça as diretrizes mais gerais do projeto antes de começar, como os itens da 5w2h já mencionados. A partir deles, será possível delimitar o que é importante nos demais planos e alinhar objetivos gerais e específicos. Muitas vezes, as pessoas só pensam no planejamento quando os problemas já foram implementados, e o ideal é se antecipar.
Coloque o plano de ação no papel
Utilize-se de elementos para visualizar o plano fora da sua cabeça. Pode ser um documento de texto, planilha, mapa mental, rascunho ou qualquer recurso que você se sinta à vontade para trabalhar as informações. Com isso, além de liberar sua memória, você facilita o compartilhamento das informações com colegas.
Tome cuidado com estimativas
Seja moderado ao pensar as condições para que o plano de ação concretize os objetivos. O excesso de otimismo é um dos fatores que mais levam a estratégias descoladas da realidade. Logicamente, sempre procure embasar as estimativas em dados.
Trabalhe a gestão da mudança
Considere quais são os incentivos e como engajar os colaboradores. O motivo é que mudanças causadas por novos planos, como reorganização de times, alterações de rotinas e fixação de metas, geram resistência, e você precisará de uma estratégia para enfrentá-la.
Não se torne o gargalo do projeto
Distribua responsabilidades e delegue tarefas. Especialmente na gestão de projetos, se todas as ações precisarem da atuação direta do líder, o andamento estará constantemente bloqueado à espera de uma decisão. O segredo é mesclar a atuação do gerente com a autonomia dos colaboradores para que o fluxo só seja interrompido quando for imprescindível.
Estabeleça objetivos claros
Cuide para que as diretrizes sejam claras. Para isso, é comum a aplicação da metodologia SMART, segundo a qual toda meta deve ser específica (specific), mensurável (measurable), atingível (attainable), relevante (relevant) e temporalmente definida (time-based).
Outra dica é organizar as metas em um diagrama no modelo do balanced scorecard, a fim de tornar compreensível as relações de causa e efeito entre os objetivos relacionados ao aprendizado e crescimento, processos internos, clientes e finanças.
Qual a importância de um software de gerenciamento?
É bastante improvável que um gestor consiga controlar todas as variáveis com a excelência desejada sem o auxílio de um software de gestão de projetos. Afinal, uma solução em gerenciamento de projetos automatiza algumas tarefas do cotidiano, disparando lembretes de prazos, mostrando por meio de um dashboard se há membros da equipe ociosos ou sobrecarregados, qual o atual percentual de dispêndio de recursos, quais são as previsões estatísticas de custo total do projeto e assim por diante.
Receber dados sobre a evolução do time em tempo real e dispor de relatórios com análise de indicadores de desempenho são enormes diferenciais que separam a adivinhação fracassada da execução de excelência. Além disso, ao utilizar o PDCA, as atividades de checagem e ajuste serão facilitadas pelas informações obtidas com a tecnologia.
Outro ponto importante é a disponibilidade. Se houve uma mudança no plano, é importante que todos os profissionais tenham acesso à alteração, ou não seguirão na direção correta. Ter uma comunicação centralizada e compartilhada facilita o trabalho.
Pense, portanto, o software como a ferramenta para realizar a gestão da informação em todas as etapas, do planejamento ao ajuste com base em feedbacks.
Como aplicar o plano de ação no planejamento e gestão da empresa?
Tanto como fazer um plano de ação, é importante entender as suas aplicações em uma empresa. Assim, os profissionais podem ser mais efetivos e evitar o erro de transformar o planejamento em mera formalidade.
Adapte o plano ao nível
Um primeiro ponto é sempre considerar a abrangência. Existe o uso em nível estratégico, tático e operacional. Além disso, mesmo projetos podem ter planos mais gerais, como o do princípio, e mais específicos, como aqueles voltados para cumprir etapas específicas do cronograma.
Alinhe planos gerais e específicos
Outro é buscar a sintonia entre diferentes níveis de planejamento. Não dá para o plano de ação estratégico seguir a direção “A”, o RH treinar para “B” e a gestão de projetos aprovar propostas voltadas para “C”.
Faça ajustes incrementais
Por fim, ao aplicar o plano de ação, é importante realizar ajustes para manter a validade. No entanto, é preciso tomar cuidado com a forma. Se você altera um plano geral, automaticamente, influenciará os específicos. Logo, melhore pouco a pouco para não correr o risco de quebrar o sistema.
Ao utilizar a ferramenta com esses cuidados e com as diversas práticas descritas ao longo do conteúdo, saber como fazer um plano de ação será um importante acréscimo às suas competências de gestor e à sua capacidade de gerar valor para a empresa. Portanto, avalie suas necessidades no momento, defina recursos disponíveis e comece a construir o seu plano quanto antes para melhorar resultados e alcançar objetivos que farão toda a diferença para o desenvolvimento da empresa.
Então, o que você achou deste artigo? Para receber em seu e-mail mais dicas como essas e outras novidades interessantes sobre o assunto, assine nossa newsletter!