Teste Grátis

Maior Blog de Gestão de

Projetos do Brasil

Juntes aos nossos milhares de leitores e receba atualizações, ebook, webinario, planilhas, templates, artigos e dicas imperdíveis para ter sucesso na gestão de projetos.

O Lobo de Wall Street O Lobo de Wall Street

Vale a pena ser um lobo de wall street?

Proposta mal elaborada? Qual impacto isso causa ao meu projeto?

Indicado a cinco estatuetas no Oscar 2014, incluindo a de melhor filme, “O Lobo de Wall Street” atraiu a atenção do público apaixonado pelo mundo dos negócios. Aqueles que assistiram ao filme puderam conhecer a história real de Jordan Belfort (interpretado por Leonardo DiCaprio), um corretor da bolsa de valores norte-americana que chegou a acumular uma fortuna de 8 bilhões de dólares. Quando tinha apenas 26 anos, Belfort ganhava 1 milhão de dólares por semana e, durante o auge, chegou a faturar 12,5 milhões a cada três minutos.

Esse mundo fantasioso de riqueza, no entanto, veio abaixo quando o sistema financeiro descobriu que as conquistas do “Lobo” aconteceram às custas de diversas fraudes, que lhe renderam quatro anos de prisão. O corretor não agiu de forma ética para aumentar seus ganhos e pouco se preocupou com os impactos de seus planos táticos sobre o mercado ou as economias pessoais dos investidores: alguns chegaram a perder centenas de milhares de dólares com seus esquemas fraudulentos de promessas que jamais seriam cumpridas.

Para a gestão de projetos

A realidade dos gestores de projetos, ainda que diferente do mercado de capitais, também pode proporcionar situações dramáticas quando a ânsia por dividendos supera a prudência na execução. Determinadas a fechar mais negócios, as áreas comerciais de muitas empresas podem se sentir tentadas a fazer promessas de prazos, orçamento e escopo totalmente inviáveis, que terão grande impacto sobre a rentabilidade do projeto e até mesmo sobre o futuro da organização.

Cenário preocupante

Alguns estudos mostram como essa forma de lidar com projetos vem proporcionando fracassos globalmente. O relatório Chaos Report, do Standish Group, realizado a partir de uma pesquisa com companhias e departamentos de TI nos Estados Unidos, mostra que apenas 9% dos projetos são concluídos com sucesso nas grandes empresas, enquanto nas médias e pequenas organizações essa taxa chega a alcançar apenas 16,2% e 28%, respectivamente.
O Gartner Group, empresa de pesquisa e consultoria em TI, também desenvolveu um estudo que revela que 75% dos projetos do setor não são concluídos com sucesso, de acordo com os entrevistados. O que ambos deles apontam é que, em grandes parte dos casos, apesar de os projetos serem bem executados, há grandes falhas na elaboração das propostas, o que gera insatisfações similares ao outro cenário.

Projetos públicos: o dinheiro do povo em planejamentos mal elaborados

Os projetos realizados pelo poder público não fogem a essa dura realidade. Em levantamento recente do Ministério do Planejamento, por exemplo, somente as obras das rodovias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentam um atraso médio de quatro anos. Já nas ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste, falhas de projetos e erros em obras não só provocam atrasos como aumentam os custos de implantação em até R$ 1 bilhão.

A transposição do Rio São Francisco e o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) são outros exemplos de obras bilionárias que estão atrasadas há anos e, a cada dia, ultrapassam o orçamento previsto inicialmente exigindo que mais recursos públicos, que poderiam ser utilizados para suprir diversas outras necessidades da população, sejam injetados para sanar estes equívocos.

No setor de energia a realidade é equivalente: mais de 70% dos projetos para novas usinas eólicas, que envolvem investimentos de mais de R$ 20 bilhões, também estão atrasados.

Onde está o problema?

Mas afinal, onde está a causa de tantos atrasos e falhas? Apesar de muitos procurarem a justificativa em problemas na execução, a concepção pode ser a resposta certa, já que é comum que  estas falhas nasçam logo na proposta de projeto. Não podemos negar que, para conseguir competir no mercado, as áreas comerciais precisam oferecer propostas de valor para seus clientes. O time-to-market é fundamental para que a empresa consiga ser competitiva e rentável. No entanto, algumas vezes as empresas também precisam se posicionar sobre a impossibilidade de executar alguns projetos dentro das condições exigidas pelo cliente e sugerir outras formas de atuar. Embora isso possa implicar na renúncia de resultados imediatos, os ganhos no longo prazo serão maiores e mais duradouros caso seja estabelecida uma relação de confiança entre as partes.

Além disso, é preciso que órgãos públicos se conscientizem de que as licitações não podem levar em conta somente o preço, mas também a realidade do mercado em que as empresas participantes atuam, dando chances para que o projeto seja viável, para que favoreça a sociedade como um todo e não prejudique os agentes econômicos.

Em busca de um novo panorama

Em vez de esperar que o cenário mude, as empresas também podem atuar no seu dia a dia para aumentar o sucesso na gestão de projetos. Uma das melhores formas para fazer isso é tornar a sua concepção um processo mais colaborativo, envolvendo não somente os clientes e patrocinadores do projeto, mas também aqueles que irão executá-lo.

O Project Model Canvas é uma metodologia que, por meio de um aplicativo na web ou no celular, permite a elaboração de projetos robustos de forma abrangente e colaborativa. Os softwares de gestão de projetos também são ferramentas extremamente úteis que garantem  a preservação de um histórico de informações, a agilidade para o preenchimento de dados, facilidade no acompanhamento do projeto, na geração e análise de relatórios. Esses sitemas permitem, ainda, a criação de fluxos de aprovação para que as áreas técnicas e de negócio estejam mais integradas em busca de melhores resultados.

É preciso também lembrar que os projetos de sucesso geram resultados positivos não somente para o cliente final, mas também para a empresa executora, que deve realizar as entregas extraindo o melhor de sua equipe e aproveitando os recursos de forma otimizada e sem desperdícios.

Atualmente, o corretor ganancioso que inspirou o personagem vivido por DiCaprio nas telas vive sozinho em uma modesta casa de um bairro de Los Angeles. Apesar de ter visto sua história contada em livros e no cinema, Belfort ainda paga pelos erros cometidos durante sua carreira.

Para que você seus funcionários não atuem como lobos de Wall Street no dia a dia dos negócios, o ideal é que a busca do sucesso leve em conta a colaboração. Projetos de sucesso geram resultados positivos para todos: o cliente fica satisfeito e cria uma relação de longo prazo com a sua empresa, aumentando a lucratividade para ambos os lados, incluindo a comissão dos vendedores e a bonificação do gerente de projetos pelos bons resultados alcançados com o gerenciamento. Vamos co-criar?